domingo, março 08, 2009

VESPAVAL



No sítio em vinte e três de fevereiro.

Em feverê tem carná. E por isto viemos para cá. Chegamos ontem às 13h30 percorrendo cento e dezesseis quilômetros de porta a porta. L. não queria sair de seu apartamento, mas foi convencida a vir e está conosco. R. chegou lá pelas 14h30.
L., logo que saiu da caixa de transporte, passou a examinar a casa toda falando um miadinho que assim pude entender: ué! Cadê minha casa? Que lugar é este? Onde estou? Pra onde vocês me trouxeram? Hei! O que é isto?
Nem chegou a comer matinho, assim que ouviu o motor do carro do R. ela subiu até o alto do guarda roupa e lá ficou escondida em cima de uma caixa de papelão.
Como a sojinha estava tomando conta do pedaço do terraço que fica na área de serviço resolvi tomar providência, depois que M. falou para cada um fazer sua tarefa. R. varra o seu quarto!
Ela gosta de dar ordens e de organizar o serviço, ou seja, é sistemática do tipo B-P, um bom garfo, uma boa boca. E lá fui eu cortar os ramos de sojinha no terraço usando tesoura de jardineiro. Estava sem camisa, com sapato democrata já muito andado e calça de esportista que pratica Cooper. A coisa estava mais ou menos fácil quando percebi que a sojinha se enroscava na mesinha branca e comecei a puxá-la e a cortá-la. Meu movimento incomodou um vespeiro grudado sob as telhas e que eu não tinha visto. Isto me fez concluir que devo examinar bem o terreno antes de agir. Resultado: fui atacado por duas dezenas de vespas. Veio uma e me picou. Achei um absurdo. Já estava estragando a festa. Depois outra e mais outra e mais outra. Enfim dezenas saindo do “pombal”. Picando rosto, costas e braços. Tive a sensação de que era um enxame e que não teria escapatória.Lembrei-me daquelas notícias sobre pessoas atacadas por abelhas africanas. Joguei a tesoura, tirei as luvas, os óculos caíram sobre a sojinha e corri para dentro de casa pedindo socorro. Joguei-me ao chão do corredor gritando de dor ou de susto. Havia sido escolhido como o inimigo e me picariam até morrer. Salvou-me M. que me socorreu colocando amoníaco nas picadas, retirando os ferrões e me consolando psicologicamente.

Marcadores: