sexta-feira, janeiro 13, 2006

Nome de avô

Minha mãe me colocou o nome de meu avô.
Melhor dizendo, minha mãe queria um filho que fosse como meu avô paterno e, por isso, me colocou o nome dele. Mas se o nome é de meu avô, este nome não é meu, não me pertence. Assim, eu não tenho um nome. O nome que me identifica é o do meu avô. E eu fiquei sem nome. E para mostrar que o nome não é meu ela acrescentou o Neto. Assim todos saberiam que eu não tenho nome, pois o nome que recebi é o de meu avô. E, como se isso não bastasse, me comparavam com meu avô que sempre vencia a parada porque foi tido como um grande homem, um bonachão, uma boa alma.
Eu tive que me contentar com aquilo que sempre seria: alguém que poderia ter sido como o avô e não teve capacidade para tanto.
Não consegui ser como ele pelo simples fato de que eu sou eu e ele foi ele.
Apenas por isso eu deveria ter, ao menos, um nome somente meu e não seguir a vida toda com um nome emprestado.
Este nome não sou eu. Este nome é que me come; é que me comeu.
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2 Comments:

Blogger Aguinaldo said...

Não concordo contigo Francisco.
Chico não era bonachão e tu não é tão diferente dele.

Sabia que ele assinou a lei que criou a FAU?

Pois foi. E isso significa que ele foi um dos responsaveis por São Paulo ter se tonado um grande estado. Muito mais que pensamos que pudesse ser.

sáb. mar. 14, 02:29:00 AM  
Blogger Florence Neto said...

Olá Aguinaldo.
Era o que minha avó dizia.

Mas há um pouco de humor neste desabafo.

Não sabia da FAU.
Saudações.

ter. jun. 02, 06:14:00 PM  

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