terça-feira, janeiro 10, 2006

Gatinha minha


Em 06 de novembro de 2003, após as dezessete horas.


Chego de Campinas. Abro a porta. Chove lá fora. Não se vê o horizonte da sacada. Ela está no sofá e me olha assustada, como se perguntasse: quem está aí? Vou até a área de serviço onde deixo as compras. Volto para a sala e ela está sobre o tapete e aparentemente me estranha. Apresento-lhe minha mão direita para ela cheirar e me identificar como seu amo. Ela cheira. Mas aparentemente não me reconhece com a valise cinza e corre para o quarto.
Depois vou até a cozinha e preparo pão com tahine.
Ela aparece e da cadeira me observa.
Volto para a sala e me sento à mesa, comendo o pão. Ela vem para a sala também e continua me observando. Em seguida, sobe à mesa e se senta sobre o livro e quer saber o que faço. O que estou comendo. Aceita um pedacinho do pão. Depois vem para meu colo e faz ron ron. Enquanto vou escrevendo ela acompanha com os olhos o movimento da caneta e, por vezes, me olha como se perguntasse: o que você está fazendo? Ouve ruídos além da porta de entrada e dirige as orelhas naquela direção observando atentamente.
Quer ficar próxima e lambe minha mão como se agradecesse minha presença.